Quando Maradona perdeu uma aposta, mas comemorou a vitória do Napoli

26/11/2020 - 18:30 - Futebol

por Cristina Possamai

Em setembro de 1989, o Sporting entrou o Napoli, de Diego Maradona, em um jogo de volta da Liga UEFA. O empate sem gols, duas semanas antes, em Portugal, não facilitou a vida dos portugueses que precisariam parar uma das melhores equipes italianos e o craque argentino.

Ainda assim, o Sporting conseguiu repetir o placar e levou a decisão para os pênaltis. Nesse momento, o goleiro do Sporting, Tomislav Ivkovic, cruza o destino de Maradona. 

"Quando ele (Maradona) ia a marcar a grande penalidade, aproximei-me e disse-lhe: 'Queres apostar 100 dólares como defendo?' Ele aceitou, eu defendi e no final do jogo deu-me a camisola dele e os 100 dólares", revelou Ivkovic.

No entanto, a aposta não adiantou muito para o goleiro que acabou eliminado pela equipe de Maradona por 4 a 3. Ainda que ele tenha feito a sua parte ao parte El Pibe, os seus companheiros não balançaram as redes nas suas cobranças. 

Um ano depois, o goleiro voltou a enfrentar o ídolo argentino. Em 30 de junho de 1990, em Florença, a Argentina e a Jugoslávia decidiam quem avançava às semifinais do Campeonato do Mundo, que ocorria na Itália.

Novamente, as equipes não marcam no tempo normal e a disputa vai para os pênaltis. Ivkovic contra Maradona de novo. O goleiro, por sua vez, resolveu trocar a aposta por uma provocação a Maradona. 

"No Mundial 1990 defendi outro penálti dele. Voltei a provocar, dizendo: 'Cuidado, eu sei para onde vais marcar...', simulei que ia para o mesmo lado e atirei-me para o outro. Defendi dois penáltis de Maradona e perdi esses dois jogos", disse Ivkovic.

Ivkovic pegou o pênalti, parou novamente Maradona e foi eliminado mais uma vez. Sob o comando de Maradona, a seleção da Argentina passou pela semifinal e acabou vencido pela Alemanha Ocidental na grande decisão. Na última quarta-feira, 25, o mundo do futebol perdeu Maradona aos 60 anos. 

Ao defender o penálti, Ivkovic festejou como se de um golo tratasse, mas no final quem se ficou a rir foi Maradona, que voltou a vencer o jogo e alcançou as meias-finais de um Mundial, do qual seria finalista vencido, aos pés da República Federal Alemã. Nessa noite, no Estádio Olímpico de Roma, as lágrimas de El Pibe correram-lhe pela face. Agora quem chora é o povo argentino que acaba de perder o seu maior ídolo futebolístico.